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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Surpreendeu toda a gente a informação de que João Gilberto, pai da bossa-nova, morou em Diamantina. Quase ninguém sabia, mesmo gente do Tejuco, o que confirma a tendência reclusa do baiano que liderou a bossa-nova, e fez declinar o samba-canção. Um seu amigo de então, Pacíifico Mascarenhas, músico e herdeiro da mais tradicional família dedicada à tecelagem em Minas, os Mascarenhas, Pacífico confirma que João morou na terra de JK. Foi em 1956. Ano em que o mais ilustre dos diamantinenses assumiu a Presidência da República, sempre fazendo referências a Montes Claros, ´a terra irmã da minha´. Revela Pacífico, hoje, ao jornal Estado de Minas: ´O empresário e compositor mineiro Pacifico Mascarenhas foi amigo de João Gilberto e exalta a genialidade do artista. “A música mundial perde um grande talento. Tive a oportunidade de conhecê-lo em 1956, em Diamantina, onde morou por uns tempos. É que a irmã dele e o cunhado, Péricles moravam lá. Mas, naquela época, ele ainda não era famoso, portanto muita gente nem sabia que ele estava residindo lá”, acredita. Pacífico recorda que quem o apresentou ao músico baiano foi seu irmão Caetano Mascarenhas, que era muito amigo de João Gilberto. “Lembro-me que ficávamos conversando sobre música e tocando violão lá na terra de JK. E foi lá mesmo que ele começou a inventar, vamos assim dizer, a bossa nova, os primeiros acordes e a criar um ritmo que encantou o mundo inteiro. Ele tocava violão de uma maneira própria, ritmada e cantava de uma maneria ímpar. Poucos sabiam fazer como ele”, garante o compositor.´ Se foi em Diamantina que João Gilberto gestou a bossa-nova ainda saberemos. O tempo, senhor dos homens, clareará. O fato, confirmado, é que João Gilberto morou em Diamantina e, se morou, ouviu as músicas de todo o Norte de Minas, em especial as modinhas que tornaram Montes Claros/Diamantina irmãs e rivais, sempre disputando a autoria de ´É a ti, Flor do Céu´, uma das mais notáveis e cantadas modinhas do Brasil. Anos depois, soube-se: a modinha não é de Diamantina, nem de Montes Claros. Veio da Thecoslovaquia, terra dos antepassados da mãe de JK. Veio com o bisavô materno, mestre carapina de ofício (e seus caprichados móveis estão lá). Quem desfez o mistério foi um embaixador tcheco, ao visitar o presidente do Tribunal de Justiça de Minas. Acontece que, naquele dia, o coral do TJMG ensaiava em sala ao lado da sala do presidente do tribunal, o desembargador Hélio Costa, amigo e professor de gentes de Montes Claros. E a quem o desembargador, nascido em Sabará, portanto mediador da peleja autoral, disse, encerrando a pendenga autoral: - Imagina que o embaixador visitante me agradeceu, comovido, tê-lo recebido com acordes da sua terra, a Tchecosiovaquia... Era cantada ao lado, claro que com letra em português, a melodia tcheca de ´É a ti, flor do céu´. Aceitemos: Diamantina recebeu dos eslavos ocidentais a melodia. E pôs sua lírica e paixão na letra que não se apaga, atribuída a Teodomiro Alves Pereira: É a ti flor do céu que me refiro Neste trino de amor, nesta canção, Vestal dos sonhos meus, por quem Suspiro E sinto palpitar meu coração. Vestal dos sonhos meus, por quem Suspiro E sinto palpitar meu coração Ó dias de risonhas primaveras, Ó noites de luar que eu tanto amei, Ó tardes de verão, ditosa era, Em que junto de ti amor gozei. Não te esqueças de mim, por piedade, Um só dia, um só instante, Um só momento. Não me lembro de ti Sem Ter saudade, Nem me podes fugir Do pensamento. Quem me dera Outra vez esse passado. Essa era ditosa em que vivi. Quantas vezes na lira debruçado, Cantando em teu colo adormeci.

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