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Mensagem: Onde a arca de Noé parou Manoel Hygino Amável amiga, de volta das andanças pelo mundo, traz-me um estojo com quatro conhaques e vários anos de produção, uma joia na verdadeira acepção da palavra. Um real presente, pela finura e cuidados na apresentação do regalo. Não menos precioso conteúdo, procedente da Armênia e com a marca Ararat. A curiosidade é aguçada. A graciosa prenda viera da Armênia, uma das antigas repúblicas socialistas soviéticas, situada ao Sul do Cáucaso, com capital em Erivan, onde há uma universidade fundada pela URSS, em 1921. Localiza-se o país, assim, junto às nascentes dos rios Eufrates e Tigre, o que nos obriga uma incursão à história. Com um milhão de habitantes – armênios, russos e turco-tártaros – o país não tem portos, coagindo os visitantes a cruzar os territórios do Azerbaijão e da Georgia. Ali, sempre foram ardentes os sentimentos de independência, ao longo dos séculos, causando à população sangrenta repressão, pois toda a região fora de domínio turco até 1914, quando se iniciou a dominação russa. Pablo Neruda, que por lá também perambulou, exalta a terra laboriosa e legendária. Lá, pôde vislumbrar o cume nevado do Ararat, que preside a história do país. “Foi ali que a arca de Noé se deteve, segundo a Bíblia, para repovoar a terra. Tarefa difícil porque a Armênia é pedregosa e vulcânica. Os armênios cultivaram esta terra com sacrifício indizível e elevaram a cultura nacional ao ponto mais alto do mundo antigo”. O poeta chileno, comunista de carteirinha, vencedor de um Nobel de literatura, elogia – com entusiasmo – o governo socialista naquele pedaço do mundo. Diz que só encontrou um russo, um engenheiro de olhos azuis entre milhares de olhos negros da população morena. Pois Ararat, nome do meu conhaque e do monte na Armênia, citado no quarto parágrafo, é onde Noé estacionou sua arca, depois de vagar nas águas do dilúvio por 150 dias. Tinha 137 metros de comprimento, 23 de largura e 14 de altura, como especifica o confrade Pedro Rogério Moreira, da AML. A arca se compunha de três pavimentos, havendo uma abertura de 45 centímetros abaixo do teto para a luz entrar, além de uma porta. Deus especificara até a madeira – gofer, isto é, cipreste, madeira resinosa. Mandara também que Noé a forrasse com piche, ou betume, por dentro e por fora. A questão não fica por aí. Deus ainda determinara a Noé: “De todos os animais puros, tomarás sete casais, machos e fêmeas, e de todos os animais impuros, tomarás um casal, machos e fêmeas, das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas para que se conserve viva toda a raça sobre a face da terra, como se lê em Gêneses 7. 2-5. No Gêneses 7.15.15, contudo, conta-se: “De cada espécie que tem um sopro de vida, um casal entrou na arca com Noé. Eles chegaram, macho e fêmea, de cada espécie, como Deus tinha ordenado a Noé. E o Senhor fechou a porta atrás dele”. Usufruindo o conhaque, aprazível nos dia de frio de 2019, aprendemos. Temos de aquecer os miolos e preservar a história. Ararat contribui com suas lendas.
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