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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Um príncipe entre nós Um príncipe entre nós. Boa parcela da população brasileira pensava que fosse algo pretérito, acolhido em lendas e contos da velha Europa ou, ainda, nas narrativas orientais, com lindas princesas ou haréns recheados de odaliscas e dançarinas experimentadas na dança do ventre. Algo dos tempos dourados de Hollywood. Mas o príncipe que aqui veio, na primeira semana de agosto, é outra gente. Dom Bertrand de Orleans e Bragança, nascido na França, 78 anos, príncipe imperial do Brasil, o herdeiro presuntivo do irmão mais velho, dom Luís Gastão. Protagonista de um caso mui raro, este renunciou aos seus direitos dinásticos para realizar um “casamento morganático”, ou seja, aquele em que a esposa é de condição social inferior, a quem não se transferem todos os direitos políticos e de cônjuge. Com a família real vivia na Europa desde a proclamação da República, quando Pedro II abdicou de qualquer tipo de subsídio do governo instalado, o jovem Bertrand só veio ao Brasil com o término da II Grande Guerra, inicialmente se instalando no Estado do Rio. Entretanto, seu pai adquiriu uma propriedade rural na cidade de Jacarezinho, onde se instalou como fazendeiro. Assim, Bertrand cresceu e realizou parte de seus estudos secundários no estado do Paraná, e, mais tarde, estudou no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas na cidade do Rio de Janeiro. Posteriormente cursou a Faculdade de Direito da USP, formando-se bacharel em Direito em 1964. Na Santa Casa, cerca de vinte pessoas em torno da mesa com o herdeiro da coroa. Curiosos ou interessados em conhecer, de própria voz, seus pensamentos sobre o Brasil e suas posições políticas. Confessou o que já se sabia: católico, defensor da doutrina social da Igreja, com participação em reuniões por vários países da Europa, sua oposição ao aborto, o perigo sobre os direitos nacionais na Amazônia, a necessidade de prestigiar o militar e o policial, vítimas de campanhas de descrédito ou preconceito. Enfaticamente contrário a uniões homoafetivas e à possibilidade de divórcio e do recasamento de divorciados, por considerar que “como católico, não posso ver com bons olhos o casamento de uma divorciada”. Quanto ao casamento do príncipe britânico Harry, afirmou que jamais ele o teria aprovado. Se Harry se casasse com uma princesa ou uma mulher de família nobre, “e não com uma divorciada, a satisfação dos britânicos seria muito maior”. A amável visita foi enaltecida pelo provedor da filantrópica, Saulo Levindo Coelho, que evocou a anterior em 19 de janeiro de 1921, feita pelo avô do atual príncipe, o Conde d’Eu, esposo da princesa Isabel, a libertadora dos escravos no Brasil, em 1888. Ele veio aqui acompanhado de Pedro de Orleans Bragança e do barão de Muritiba. 1921 foi o ano da morte da imperatriz Tereza Cristina, mas o Conde d’Eu deixou registrado em livro: “A Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte deixou-me a melhor impressão pelo aperfeiçoamento que se nota em todos os serviços e o excelente estado de todas suas partes”. O elogio era altamente significativo. As Santas Casas nasceram na casa imperial lusa no século XV, graças ao espírito solidário e cristão de D. Leonor de Lencastre, regente e rainha de Portugal.

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