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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Violência sem fim Manoel Hygino Para tempo de paz, há muito sangue na mídia. A ideia que se tinha do Brasil habitado por um povo cordial, ameno e alegre, esvaneceu. Depois, Hollywood forjou um país que servia de abrigo a fugitivos da lei nos Estados Unidos e Europa. Fez-se palco de golpes de Estado, transformado finalmente em reino da corrupção. Neste dezembro, fim de ano, não podemos ignorar as tropelias e violências múltiplas, nos lares e em reuniões públicas. No dia 6, noticiava-se que um filho matara o pai para defender a mãe, ameaçada de facadas, no povoado de Tocandira, no Norte de Minas. O jovem, de 20 anos, atingiu o genitor com pedradas na cabeça, tomou-lhe a arma e o executou. O cinquentão não queria separar-se da mulher, após 21 anos de relacionamento. Deu no que deu. Em Tombos, Minas também, cidadão de 29, matou com faca o filho, de 8, portador de paralisia cerebral, e a companheira, de 26, ateando fogo nos corpos e ocultando os cadáveres. O argumento de que a criança falecera vítima de convulsões não pegou. O criminoso sofrerá, é o que se espera, longa sentença. A mídia tem facilidade em captar notícias desse gênero. Assim, menina de 6 anos morreu baleada nas costas pelo irmão em Capitão Enéas, também no norte-mineiro. Os pais estavam em um “evento”, palavra que ganhou significado novo. A arma foi uma cartucheira artesanal de chumbinho e o tiro atingiu a região lombar da vítima. O autor explicou que tentou tomá-la da irmã, quando um disparo acidental resultou em morte. Em todo o Brasil, repetem-se mortes e agressões a pessoas, de qualquer idade, sem condições de defender-se. Os registros de violência se ampliam por todo o território, embora as estatísticas mostrem redução dos índices. Nem se diga das marcas de hediondez, mesmo em âmbito de família, principalmente as não estruturadas legalmente. Tudo doloroso. Outro caso bem elucidativo é o das confusões e tumultos no jogo de futebol entre Cruzeiro e Palmeiras, no Mineirão, há poucos dias. Lembre-se de que só havia ali torcidas do clube mineiro, mas a guerra declarada entre elas parecia de inimigos ferozes, ocorrências estendidas posteriormente a toda a capital e Grande BH. Um idoso foi agredido, teve a casa quebrada; coletivos foram depredados; cinco veículos do Move destruídos. O que deveria ser prática esportiva se transformou em batalha campal. No bairro Nova Contagem, uma discussão entre primos terminou com uma residência reduzida a nada e um carro danificado, em um acesso de fúria momentânea de um dos litigantes. Em São Paulo, maior capital de estado do hemisfério e a mais poderosa do Brasil – a locomotiva que carrega consigo a economia nacional – como antigamente se dizia, deu-se o lastimável e indesejado acontecimento, na madrugada de um domingo, na comunidade de Paraisópolis. Cerca de 5 mil rapazes e moças, preponderantemente com menos de 18 anos, participavam de um baile funk, quando, durante entrevero não suficientemente esclarecido, nove jovens foram mortos, em parte pisoteados. Policiais militares entraram em ação para conter o tumulto e as pessoas foram sumariamente executadas. De quem é a culpa? O governo paulista afirma que tudo fará para lançar luzes sobre as circunstâncias e responsabilidades do trágico episódio. Por que se mata tanto? Pergunto eu. Será que encontramos resposta no velho soneto de Augusto dos Anjos?: “O homem que nesta terra miserável mora entre as feras, sente inevitável necessidade de também ser fera”. É isto?

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