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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 18 de maio de 2024
 

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Mensagem: MINIDISTRITO RODOFER: O PRIMEIRO “HUB LOGÍSTICO” DO NORTE DE MINAS. Há 94 anos, 1º de Setembro 1926 a Estrada de Ferro Central do Brasil inaugurada a Estação ferroviária de Montes Claros. O ministro Francisco Sá apelidou a capital nortemineira de “boca do Sertão”. O progresso chegou com o “trem de ferro”, contudo, Montes Claros ainda era “ponta de linha” – para seguir com a construção, caminhões transportavam materiais e mantimentos para a turma de frente – uma das turmas era chefiada por Capitão Enéas. Depois de alguns anos, já com a Estação de Montes Claros consolidada (Armazém, (des)embargue e oficina), foi criado um “minidistrito” comercial. Para atender o transporte Ferroviário - Armazém - transportes rodoviário; foi criado o “Rodofer” para atender a logística intermodal. - Qual era a função do Rodofer? – fazer coleta, separação e distribuição das mercadorias que vinham dos grandes centros como: São Paulo; Belo horizonte; Rio de Janeiro – Usinas de açúcar e outras indústrias. Os principais clientes (porta a porta) do Rodofer eram os grandes armazéns de Montes Claros (Ouro Verde – Zé Amaro - Galo – Maranhão – Guanambí - Cobal e outros). - Armarinhos: Jabbur e Ramos & Cia eram outros clientes. Em alguns casos, cidades pequenas como Juramento e Glaucilândia, também eram contempladas por esta logística. O Rodofer fazia também o reverso: óleo Mariflôr; Boazinha, sabão Ipê, refrigerante Corby e Guaraná Luna eram coletados pelos caminhões do Rodofer entregue ao Armazém da Ferrovia para o escoamento até os grandes centros. Dias atrás em num breve bate-papo com o Sr. Rosendo Freitas Rabelo, aposentado da Rede Ferroviária - ele recordou com orgulho outro benefício dos caminhões do Rodofer – foi no Golpe de Estado no Brasil em 1964, ocasião que as Forças Armadas do Brasil requisitou todos os caminhões para transportar mercadorias – militares e servir de apoio durante a “Revolução Militar” em Brasília-DF. A agência Rodofer era chefiada pelo Sr. Oscar Ferreira Braga, os motoristas eram José Cecílio da Silva, Paulo Ferreira Lima (o cearense ) Sebastião Jacaré, Oscar Macaco, Orlando Timóteo. O Consórcio foi extinto no inicio dos anos 70, para tristeza dos empregados e de muitos clientes que utilizavam da logística oferecida pela agência. As dependências do Rodofer eram situadas na Av. Ovídio de Abreu na entrada do Armazém da Rede Ferroviária, onde hoje se encontram um escritório de contabilidade no Nº 100 e o imóvel do nº 116; suas portas eram viradas para os trilhos e o Galpão do Armazém. Em 2012 o antigo Armazém da Rede Ferroviária foi negociado com a prefeitura de Montes Claros com o objetivo de ser transformado em “espaço para apresentações artísticas e culturais e Cine Armazém. Nesta hipótese foram gastos milhares de reais (R$) e nada foi feito - atualmente o Galpão do Armazém encontra se abandonado – portas danificadas – parte destelhado, além das constantes invasões de vândalos. – Um cenário triste que soma e comparado ao episodio de Setembro de 1996 as 07:00 da manhã quando partiu o ultimo “trem do Sertão”. O Rodofer tinha um campo de futebol que ficava no meio do mato em uma área plana e distante – hoje - no encontro das Ruas Boa Esperança e Iguaçu no Bairro Sumaré - local que muitas vezes saíamos de longe para jogar bola contra um “junta-junta” do Rodofer e outros times. Quarenta e nove (49) anos depois irá surgir um novo RODOFER. - Dia 23/11 (semana passada) foi assinado um protocolo de intenção entre o Governo de Minas e um empreendedor através da Agência de Promoções de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais visando a criação de um “megadistrito rodoferroviário” industrial em Montes Claros. Portanto, esta intermodalidade de transporte NÃO É NOVIDADE para Montes Claros como já foi dito. O mega Rodofer que irá surgir em Montes Claros terá dimensões superiores (até incalculáveis) – entretanto o mini Rodofer do passado contava com a mesma logística em pequenas proporções com relação o futuro distrito. É indubitável que este “megadistrito” irá agilizar o escoamento de muitos itens. O norte de minas já passou de ter um transporte intermodal eficiente, pois, os gastos e tempo da UNImodalidade atual faz onerar ainda mais os produtos e equipamentos transportados a longa distância. Os altos gastos chegam até o cliente final. Que somos nós! Para escrever este artigo contei com a minha reminiscência dos anos 60 e 70 – as histórias contadas pelos meus parentes que trabalharam na construção e operação da Rede Ferroviária no norte de minas; entre eles: meu avô José Ponciano da Silva – os tios João Viana e Moacir Viana – o Sr. Flamarion Wanderley (esse que confirmou a graça do meu batismo), e por último as informações do Sr. Rosendo Freitas Rabelo. MOC – 03/XII/2020 (*) José Ponciano Neto é escritor Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros – IHGMC e Vice-presidente da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas - AMALENM

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