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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 14 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Sem que quase ninguém saiba, M. Claros sepulta nesta terça-feira o corpo de um dos seus heróis históricos na área da imprensa, que teve dias de glória. Outros, diferentes dias. Morreu ontem, por volta das 16h, Tião Camurça, o célebre impressor de ´O Jornal de Montes Claros´, desde os anos 60 e até o seu fechamento, no final da década de 80. Era comum, naqueles dias, na cidade de 30, 40 mil habitantes, a pessoa que passasse de madrugada pela rua Dr. Santos, sede do jornal, ouvir o rumor da velha impressora trabalhando ainda de madrugada. Era Tião Camurça, sozinho, imprimindo, folha por folha, a edição do jornal. 3 mil exemplares, há 50 anos. Fato que se repetia nas madrugadas dos dias especiais, como Natal, Páscoa, etc., por décadas seguidas, até que a velha máquina, que imprimia uma folha por vez, silenciasse para sempre, relegada a um canto, a mais de um canto. Literalmente, a notícia que a pequena cidade consumia passava toda ela pelas mãos corretas de Tião Camurça, em longas e solitárias madrugadas, no velho, apagado casarão no centro da cidade, onde hoje ergue-se o prédio da Caixa Econômica Federal, algo insolente. E Tião sempre desempenhou o seu papel com humildade e presteza, com a convicção íntima do que lhe competia fazer em proveito de todos, sem nada pedir de volta. Muito além do folclórico Tião Camurça das ruas, cantor de boleros, boêmio, de enorme coração, intérprete de Noel Rosa, de Emilinha Borba, de Lupicínio Rodrigues, Adoniram Barbosa e Lamartine Babo. Craque, como eles, anônimo, quase sempre solitário, mendigo de atenção. Um Lima Barreto de província, embora nunca fosse visto escrevendo nada, com as mãos, sempre limpas. Não fará mais falta do que já vinha fazendo, há tempos. Um personagem da velha Montes Claros, que não passará. Ainda, uma lembrança. Tião, desde sempre, adorava cantar a imortal música de Nelson Cavaquinho: Sei que amanhã Quando eu morrer Os meus amigos vão dizer Que eu tinha bom coração Alguns até hão de chorar E querer me homenagear Fazendo de ouro um violão Mas depois que o tempo passar Sei que ninguém vai se lembrar Que eu fui embora Por isso é que eu penso assim Se alguém quiser fazer por mim Que faça agora Me dê as flores em vida O carinho, a mão amiga Para aliviar meus ais Depois que eu me chamar saudade Não preciso de vaidade Quero preces e nada mais

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