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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Ezequiel Dias Manoel Hygino Apenas recentemente se soube que a Sinopharm ofereceu a Minas a oportunidade de os mineiros participarem da fase 3 de testes clínicos de vacina contra a Covid-19 e, em seguida, para sua produção. Proposta data de agosto de 2020, quando o estado se achava no pico de transmissão de infecções. A Fundação Ezequiel Dias é um dos berços maiores desse tipo de pesquisas no Estado, seguidora da Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz -, de modo que a sua utilização poderia ser uma grande esperança para amenização da crise ora vivida. Mas não foi, o que é uma pena, porque a instituição poderia prestar excelentes serviços a Minas e à Saúde, além do que já faz desde sua criação, como Instituto Filial de Manguinhos, em 1907. É uma história bonita. Então, o presidente de Minas, Francisco Salles, aliou-se à União para somar forças, à consecução do projeto, que muito satisfez Oswaldo Cruz, que já ideava a instalação de núcleos filiais nos estados. A iniciativa deu certo, e o novo Instituto se inaugurou no quarteirão da Praça da Liberdade com Bahia, onde hoje está a Biblioteca Pública. Naquela época o nome mudou, mas ficaram dois funcionários essenciais: Ezequiel Dias, diretor, e Emiliano Olinto, zelador – preparador, como conta Pedro Salles, considerado o historiador de nossa medicina, ou um dos mais importantes. O próprio Pedro Salles, de Pará de Minas, conta que Ezequiel era “um longilíneo franzino de muito talento e grande atividade, que adoecera muito moço” (o informante não revela a doença, mas dá para deduzir), sem lhe diminuir a capacidade de trabalho. Salles tampouco diz, mas Ezequiel se tornou cunhado de Oswaldo Cruz, trabalhando juntos no Rio de Janeiro, em Manguinhos, uma dupla perfeita. Deslocado para o Maranhão para instalar o Laboratório Bacteriológico do estado, Ezequiel deu conta do recado, mas piorou seu estado físico, obrigando-se a vir para Minas para aqui implantar a nossa filial, com todo carinho, enfrentando dificuldades, mas concretizando seu propósito até 22 de outubro de 1922, quando faleceu, exatamente há cem anos. A obra de Ezequiel pode e deve ser ampliada em favor de Minas e do Brasil. O caso das vacinas é um exemplo que precisa ser evocado. O estado e o país ainda terão desafios no campo da saúde.

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