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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Vacinação, antes e agora Manoel Hygino Oswaldo Cruz tem sido lembrado reiteradamente neste tempo de Covid-19. E razão há de sobra. Ele praticamente salvou o Brasil de uma derrocada, no princípio do século passado, quando das epidemias de febre amarela e peste bubônica em cidades grandes da costa Leste. Inclusive, Rio de Janeiro e Santos. Uma guerra real, porque as pessoas não queriam submeter-se às normas sanitárias. Mas triunfou. Ao ser convidado a enfrentar, em seguida, a tuberculose e a varíola, causou um motim, vamos dizer, quase uma revolução. Para eliminar a varíola, teria de apelar para a vacinação, vista com horror por segmentos expressivos da população. Lois Mattos Miller lembra que, no Congresso, houve verdadeira repulsa. Um senador, que era professor de Medicina, chegou a dizer que “os agentes de Saúde Pública que ousassem penetrar em sua casa para vaciná-lo teriam de passar sobre seu cadáver”. Outro membro da Casa Alta do Congresso admitiu que o povo exerceria legítimo recurso contra a violência implantada, com uma revolução. Boletins contrários à vacinação eram diariamente distribuídos pelas ruas cariocas, ainda com tinta fresca. Afirmava-se que Oswaldo Cruz e o presidente da República, Rodrigues Alves, eram contra a República e “faziam do povo cobaia, com instigação de charlatães egoístas”. Somente um levante poria fim à medida arbitrária. Multidões se dirigiam ao Palácio do Governo e ao Parlamento, em protesto. Médicos que se opunham à imunização argumentavam que a vacina seria prejudicial à população. As medidas preconizadas por Oswaldo Cruz eram condenadas fortemente. A Imprensa contrária aos protocolos alertava até que médicos usavam seringas não esterilizadas, propagando doenças venéreas e provocando gangrena e morte e desrespeitando lares. Registrou-se imensa revolta na Escola Militar. Um general, um senador e dois deputados, ao lado dos cadetes, dirigiram-se ao Catete em represália. Ambos foram feridos e os rebeldes decidiram se render. O número de mortos por febre amarela em 1903 somou 594 casos, decrescendo a zero em fevereiro de 1907. Pois, na pandemia reiniciada em 2020, um que se opunha tenazmente à vacinação era o próprio presidente da República, supondo que determinado produto importado seria um santo remédio, mesmo sem o beneplácito de prestigiosas entidades de Saúde do mundo. Quase 240 mil pessoas já perderam a vida e muitos ainda tombarão à moléstia no país. E os brasileiros brigam para imunizar-se.

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