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Mensagem: O BANCÁRIO Em 1947, aos onze anos, completei o quarto ano do ensino fundamental então denominado curso primário. O meu professor, Darcy Freire, salinense, jornalista, poeta, escritor, e acima de tudo um idealista promoveu uma festa de formatura aberta ao público, certamente algo novo e que não voltou a acontecer em Salinas enquanto lá residi até os vinte e um anos. Até quadro de formatura foi feito. Foi contratado, para fazer as fotos, um tio do meu pai que utilizou uma câmera caixote grande, de madeira, na qual o fotografo com um pano cobria a cabeça focalizava e ao acionar um dispositivo, junto à lente, imprimia o negativo num retângulo de vidro que depois de revelado na câmara escura resultava na foto. O quadro original está num museu em Salinas. Tenho uma cópia fotográfica do mesmo. A solenidade, pioneira, ocorreu com a presença maciça dos familiares dos formandos e muitos outros Salinenses. Paraninfou a turma o, excelentíssimo, Senhor Promotor Dr. Luiz Salomon o qual nos saudou com brilhante discurso. Não me lembro se houve orador da turma. Eu não fui. Após uma emocionada entrega de diplomas foi teatralizado o Julgamento de Tiradentes. Ai sim. Eu desempenhei o papel de promotor. Consegui a condenação do “réu” como registra a história real. A minha “performance”, no palco, como acusador, acabou agradando ao Dr. Luiz Salomon, o paraninfo, e nos aproximou. Éramos vizinhos na Rua da Avenida e mal nos conhecíamos até então. A partir daí ganhei muito porque ele me transmitiu bons conhecimentos nas oportunidades que tivemos de conversar. Passadas as emoções da formatura “caí em mim”. Estava num “mato sem cachorro” – conhecido provérbio de nosso rincão - além de literalmente sem perspectivas. Os quatro primeiros anos, do ensino primário, eram tudo que Salinas oferecia no grupo escolar público Dr. João Porfírio Machado. Quem quisesse continuar tinha que partir em busca de outras “plagas” – centros mais desenvolvidos - e para isso eram necessários recursos financeiros que minha família não dispunha. Fiquei deprimido ao constatar que praticamente estavam enterrados meus “sonhos” . Naquele tempo eu ainda acreditava em sonhos. Achava que a vida estava sendo injusta comigo já que de uma forma ou de outra tinha permitido, ainda que precariamente, que meus dois irmãos mais velhos adquirissem conhecimento, o mais velho, num Seminário Franciscano e minha irmã num internato religioso em Araçuai onde graduou-se para ser normalista ou seja professora. Os irmãos mais novos do que eu, dadas as melhores condições da família, muito tempo depois, tiveram suas oportunidades que só um aproveitou e os demais desprezaram. Está claro que eu me estava auto rotulando de vítima. A maturidade me mostrou que não sou e jamais fui vítima ou “coitadinho”, pelo contrario, sempre fui privilegiado. No termo privilegiado dispenso as aspas. Também a maturidade me desvendou que “sonhos” não existem, a não ser na ficção, mas isso explico melhor no capitulo Você Tem um Sonho? Vamos aos “sonhos”. Queria ser General de Exército, Cadete da Aeronáutica, Piloto de Avião Comercial, Brigadeiro do Ar, Almirante da Marinha, Médico, Ministro do STF e muito mais. Vejam só. Eu estava apenas com 11 anos. Hoje eu excluiria, como impossíveis, Funcionario Aposentado do Banco Real. Ex Ouvidor do referido Banco. silviojader@gmail.com
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