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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O último pedido Manoel Hygino O brasileiro é muito propenso ao perdão e ao esquecimento por males que lhe fazem, principalmente entre os segmentos mais humildes. É o que nos lembrou o historiador e médico Hermes de Paula, de Montes Claros, em obra monumental, lembrada por José Ponciano Neto, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas. Na antiga forca da cidade, o primeiro condenado era conhecido como Joaquim Nagô, acusado do assassinato de Joaquim Antunes de Oliveira, no distrito de São José do Gorutuba. Em 22 de abril de 1835, ao dar-se cumprimento da sentença, a corda se partiu, sendo emendada. Novamente, não resistiu ao reduzido peso daquele resto de corpo humano com físico cadavérico pela fome e maus-tratos sofridos na cadeia. Curiosos que assistiam ao ato, pediram clemência para o réu... Nada, porém, conseguiram. O carrasco interrompeu por minutos, foi em casa, de onde trouxe um forte laço de couro ensebado... E o “negro foi enforcado irremediavelmente”. “Alguns anos depois, na Diamantina, um tropeiro agonizante confessava a autoria do crime para roubar”, comprovando, assim, a inocência de Nagô. A alma de Joaquim Nagô criou foros de poderosa protetora dos aflitos. Até hoje é invocada para encontrar objetos perdidos, solucionar contrariedades e crises domésticas. O último enforcado na antiga Vila de Formigas - segundo a obra citada, teria sido outro negro, também escravo -, nos meados do século passado, por haver assassinado, por vingança, o seu senhor, cel. Joaquim Alves, proprietário da fazenda dos Fonseca, hoje Nova Esperança. Contam que Joaquim Alves tinha por hábito castigar seus escravos com extrema crueldade. Sobre a execução do mencionado escravo, vale a pena transcrever mais um trecho da excelente monografia de Hermes de Paula: “O criminoso foi condenado à morte, sendo conduzida para junto da forca - na hora da execução - toda a “população escrava” da localidade. “O réu, do patíbulo, encarou seus irmãos de cativeiro, e assim pronunciou suas últimas palavras: —“Trouxero oucês aqui para inzempro, proucês vê eu morrê e ficá cum mêdo... Num fica cum mêdo não, Sinhô é ruim, mata sinhô... In ante de morrê eu quero cumê um pedacim de marmelada...”.

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