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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Um homem morreu. Seu corpo foi vestido com um terno da funerária e arrumado no caixão. Logo baixará à sepultura, após as exéquias contumazes, neste ofício que os vivos devem e prestam aos mortos. Nada levará de seu o “ de cujus”, liberto das ornamentações e bens que o escravizaram em vida. Todos os seus regalos, enquanto transeunte no mundo, debaixo do céu de todos os dias, jazem à espera de outras mãos e nomes que deles se apropriarão. Logo os registros públicos, que atribuem a posse das coisas no mundo, escreverão outros nomes nesta cadeia dominial que atesta a Impermanência de todas as gerações,firmando a nossa condição de locatários dos acervos materiais que acumulamos na vida. Sua fazenda, seu gado, sua casa e carro, continuarão sua saga de coisas alheias a quem lhes velava, à espera, indiferentes, dos novos proprietários e cuidadores.A esposa lembrará com saudades talvez, mas nada obsta que desvie o curso de um riacho para irrigar um outro amor que se faz rebento no deserto amoroso de sua vida, após o sétimo dia. Isto se tiver idade e hormônios condizentes. Enfim, cada morte está sob a atração do buraco negro que devora tudo que vive, cuja potestade invencivel nos oprime e subjuga. Portanto, busquemos à sombra na jornada, sempre que possível. Comer o mais apetitoso alimento, se tiver vontade. Amar muito, beber o melhor vinho que puder comprar, e divertir-se, mesmo sob tempestades. No fim, nada de seu permanecerá , e o que você foi e as coisas que teve como suas, seguirão seu destino sob o talante de outras mãos, das novas ilusões dos que o sucederão. O que você fez de sua vida será seu patrimônio no plano espiritual e não o que você acumulou. Na verdade, se te for possível, não guarde muito, só o suficiente para uma emergência. Nem sofra pensando no futuro, afinal ele nem existe concretamente. A cada dia seu mal, diz a Sabedoria. Trabalhe, aprenda, divirta-se enquanto pode. Se o final é conhecido, entre o presente e o dia que virá, podemos muito bem dançar a música que gostamos. No final, a roupa que vestiremos, para a jornada última, prescindirá de espelho e da nossa vontade. Até lá, lembre-se do Eclesiástico: carpe diem!!

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