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Mensagem: Fortes emoções Waldyr Senna Batista O próximo sábado (30) será dia de fortes emoções. É quando expira o prazo para as convenções que oficializarão candidaturas e coligações para a eleição de outubro. Os partidos deixaram a definição para o último instante do prazo final, na esperança de que assim obterão condições mais vantajosas. A lista de pretendentes já é conhecida. Ela mistura candidatos a prefeito e a vice, não havendo, por enquanto, vínculo entre os grupos a que eles pertencem, liderados pelos que já ocuparam o cargo de prefeito anteriormente. Os demais, em tese, admitem composições, ainda que não haja afinidade entre eles. São os que juravam que não seriam vice de maneira alguma. A vaga de vice funciona como moeda de troca. Vale mais quem tem mais tempo em rádio e televisão para a propaganda eleitoral e também maior potencial de votos. O resto fica para depois da posse. E é aí que mora o perigo. A história mostra que quase a totalidade dos vices não chega ao final do mandato em paz com o companheiro de chapa. Haja vista o atual prefeito, que em menos de dois anos entrou em rota de colisão com sua vice. Chegaram ao nível da beligerância, que incluiu troca de fechadura da porta da sala para evitar o ingresso da vice- prefeita. Em outros tempos, o vice que ocupava uma secretaria foi sumariamente demitido pelo então prefeito, sob acusação de estar transformando a secretaria em comitê eleitoral. Ele queria a cadeira na eleição seguinte sem respeitar o direito à reeleição. E já houve vice que se aliou à oposição, ostensivamente, para propor o impedimento do chefe do executivo. Não conseguiu. No passado mais distante, em compensação, havia acordo entre as duas facções mais poderosas da cidade prevendo o exercício compartilhado do mandato, cabendo dois anos a cada um. E, por incrível que pareça, o acordo era cumprido pela simples razão de que, no passado, ética e honestidade eram ingredientes da atividade política. No próximo sábado estarão sendo escalados, provavelmente, os protagonistas da próxima dissenção política. Por enquanto, aparentemente reinam a paz e a concórdia. O que azeda o relacionamento, como em qualquer namoro, é a ambição. Em política esse sentimento se acentua. No momento, Montes Claros, apesar de ter vice, está virtualmente sem prefeito, porque o titular teve de se submeter a cirurgias delicadas sem deixar o cargo, para evitar que a vice-prefeita assumisse, provavelmente temendo retaliações ou adoção de medidas que pudessem desestruturar o esquema em vigor. Para isso, tem se valido de dispositivos legais, que lhe facultam exercer, quando muito, a rotina administrativa. E se justifica perante a população, afirmando: ‘’Tenho mantido a rotina, à frente da nossa administração, mesmo de férias, assinando cheques, convênios e documentos e cada secretário intensificou sua atuação para não haver qualquer prejuízo à nossa cidade’’. A rigor a justificativa seria desnecessária, uma vez que a legislação própria estabelece escala sucessória para emergências semelhantes à que o prefeito Luiz Tadeu Leite classifica como seu ‘’renascimento ‘’. Secretários são meros assessores, que, por mais competentes que sejam, não podem praticar atos descritos pelo prefeito como ”mais densos’’, por serem inerentes ao cargo eletivo. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
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