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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Em cena aberta Manoel Hygino Patrus Ananias não foi distinguido com um cargo elevado pelo atual governo da República. Continua com suas atividades na PUC, onde é professor, e na Academia Mineira de Letras, em visível atuação. Ele conta que há 20 anos, sob a liderança do Padre Paulo Gabriel, integrou um grupo que saiu de Belo Horizonte para ir a Ribeirão Bonito, hoje município de Ribeirão Cascalheira, Prelazia de São Félix do Araguaia. Ali, em 1975, foi assassinado o Padre João Bosco Penido Burnier. Ele estava ao lado de Pedro Casaldáliga. Confundiram os dois. Eles queriam matar o Pedro. “Fomos lá celebrar os 25 anos dessa Páscoa. Viajamos uma noite inteira. Um dia inteiro. Entramos pela outra noite e chegamos com o outro dia amanhecendo. No encontro com Pedro, eu lhe disse. – Estou a caminho da Prelazia de São Félix há quase 30 anos. Uma jornada que começou no meu coração, quando li, em 1971, a sua Carta Pastoral profética – “Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social.” Amigos muito queridos, colegas de geração e de sonhos, fizeram de fato a belíssima caminhada e foram partilhar a experiência profética que se materializava nos sertões de Mato Grosso. O testemunho e os ensinamentos de Jesus ganhavam vida. Eu os acompanhava longe dos olhos, muito próximo do coração. Prefeito de Belo Horizonte, tive a alegria de encontrá-lo e conversamos longamente na Casa dos Agostinianos, no Barreiro. Ele me retribuiu a visita e foi abençoar o nosso trabalho na prefeitura. Fui visitá-lo algumas vezes em São Félix, partilhamos a mesa, rezamos juntos. Procurei, a exemplo de Maria, guardar os seus ensinamentos no coração e na memória. Voltarei agora aos seus livros. No Natal de 2022, Patrus observava: “É presente nos nossos tempos o debate sobre a separação entre o Estado e as religiões, separação esta que considero correta na perspectiva do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Fundamentais que acolhem a liberdade religiosa e de não-crença, as diferenças, a diversidade. No entanto, os ensinamentos de Jesus transcendem a dimensão individual e enlaçam as relações humanas nas suas dimensões coletivas, comunitárias, nas relações com a natureza. É instigante que Jesus coloque nesta perspectiva convivencial a oração que nos ensinou: o Pai-Nosso. Não vejo como negar a dimensão política – no sentido mais alargado da palavra, a “política como a arte do bem comum” – de muitas e belíssimas passagens evangélicas. Lembremos o Sermão da Montanha ou das Bem-Aventuranças: “Bem-aventurados os que promovem a paz”... (...)

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