Tia deixou Manaus ainda na esperança de salvar sobrinho traficante do fuzilamento iminente; seis pelotões estão a postos

A advogada Maria de Lourdes Archer Pinto viajou esta semana de Manaus para a Indonésia levando cartas dos parentes e bacalhau, a pedido do sobrinho Marco Archer, que será fuzilado daqui a pouco naquele país. Também levou um último desejo pedido pela avó do condenado, cujo teor não quis revelar. A avó morreu em 2012. A mãe de Marco faleceu em 2011, vítima de câncer no pulmão, e a tia Lourdes assumiu pela família o caso do sobrinho condenado. Em outubro, com a posse do novo presidente da Indonésia, ela teve esperanças de que o sobrinho fosse perdoado, o que não aconteceu. Na última postagem no Facebook, a tia reproduziu um cartão onde se lia - “Nessa tempestade, posso ver a tua presença e o teu poder me sustentando em seu querer”, referindo-se a Deus. Lourdes, ex-assessora jurídica do senador Jefferson Peres, pertence à família que fundou o primeiro diário de Manaus, “O Jornal”, nos anos 1930.
PELOTÕES PRONTOS
Seis pelotões de fuzilamento já estão designados e foi oferecido atendimento religioso a cada um dos condenados. Foram rejeitados pedidos de clemência para 6 condenados - o brasileiro Marco Archer, um holandês, dois nigerianos, um vietnamita e um indonésio - todos eles pelo crime de tráfico de drogas. "Com isso (as execuções), mandamos uma mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes", declarou fonte da Indonésia. As execuções de hoje serão as primeiras das 20 que as autoridades da Indonésia planejam realizar neste ano depois que, em 2014, não houve nenhuma.