Único som de fuzilaria indica que não houve tiro de misericórdia ontem, na Indonésia; executados cantaram antes de morrer

Mesmo longe das 8 execuções de ontem na Indonésia, pessoas ouviram um único som de fuzilamento, o que indica não ter ocorrido o chamado tiro de misericórdia. O som descrito como um "bam" foi ouvido também pelo funcionário indonésio da embaixada brasileira em Jacarta e uma ativista de direitos humanos. O tiro de misericórdia é dado na cabeça do condenado, quando ele não morre em decorrência do fuzilamento. Foram executados no início da tarde de ontem, no horário do Brasil, o brasileiro Rodrigo Gularte, um indonésio, dois cidadãos da Austrália e 4 da Nigéria. Uma filipina de 30 anos foi poupada em cima da hora, após a prisão da mulher apontada como responsável por colocar a droga em sua bagagem. Rodrigo Gularte estava sereno nas horas que antecederam a sua execução. Ele alternou momentos de lucidez e delírio e disse que dali iria para o céu, disse um diplomata brasileiro que o viu pela última vez.
CÂNTICOS
O brasileiro Rodrigo, dois australianos, quatro africanos e um indonésio fizeram uma longa viagem da prisão até um clarão no meio da selva, onde à meia-noite eram esperados pelo pelotão de fuzilamento. Segundo um pastor, todos se negaram a colocar uma venda nos olhos e entoaram cânticos religiosos, entre eles "Amazing Grace", até que o pelotão recebeu ordens para disparar.