Almirante (de 76 anos, que conhece os segredo nucleares do Brasil) preso pelo juiz Moro deixa carceragem da Polícia Federal e vai para Quartel General

Um almirante, o maior posto na Marinha brasileira, preso por ordem do juiz Moro, foi transferido hoje da Polícia Federal em Curitiba para o Quartel General da 5ª Região Militar, na mesma cidade. Othon Luiz Pinheiro da Silva (foto), presidente licenciado da Eletronuclear, como oficial reformado tem direito a ficar em dependência das Forças Armadas.
30 MILHÕES
Ele foi preso na Operação Radioatividade, em caráter temporário, por suspeita de recebimento de pelo menos R$ 30 milhões de propinas no âmbito de contratos da Usina Angra 3. O dinheiro teria sido repassado por empreiteiras e transitou em contas de empresas intermediárias até aportar na Aratec Consultoria, controlada pelo almirante. Também foi preso o executivo Flávio David Barra, presidente Global da Andrade Gutierrez Energia. Civil, ficará na carceragem da PF, ao lado de outros presos da Lava Jato.
SEGREDOS
O almirante é frequentemente descrito como a maior autoridade brasileira, nos meios militares, em energia nuclear. A seu cargo esteve o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro. Personagem-chave do programa, chefiou na Marinha o desenvolvimento das centrífugas de enriquecimento de urânio que hoje produzem parte do combustível das usinas de Angra dos Reis. A missão foi mantida como segredo de Estado no período 1964-1985.