Governo tem estudos para localizar - em 15 anos - usina atômica no Norte de Minas, entre Pirapora e São Romão, a antiga Vila Risonha

Na sua edição de hoje, o jornal “Hoje em Dia”, de BH, traz como manchete principal a notícia de que o governo tem estudos para localizar – em 15 anos – usina atômica no Norte de Minas, pelo menos uma, entre Pirapora e São Romão. O jornal afirma que, “as margens mineiras do Rio de São Francisco são cotadas para receber pelo menos duas usinas nucleares até 2030”.
DESPEJADA NO RIO
Quatro usinas atômicas serão implantadas no Brasil, cada uma com mil megawatts (MW). Equipe da Eletronuclear definiu 40 regiões capazes de receber 6 usinas. A previsão é de que a decisão saia ainda neste ano. Pelo projeto, a água do Rio de São Francisco vai resfriar a usina atômica e ser despejada de volta no rio: “A água resfria o reator e retorna para o rio”, explica o representante da Eletronuclear.
ALTO RISCO
Não é a primeira vez que o sofrido Norte de Minas, atingido recentemente por tremores de terra, é lembrado para receber projetos atômicos que ninguém quer. Quando uma cápsula de césio contaminou Goiânia e alarmou o Brasil, o Norte de Minas foi também selecionado para servir de depósito do lixo atômico, que leva milhares de anos para fazer desaparecer o risco mortal da radiação, como acontece em Chernobyl. Desamparada, a região segue lembrada para os projetos mais danosos e arriscados, como penitenciárias.
VILA RISONHA
Uma das mais antigas povoações de Minas, e por largo tempo chamada de Vila Risonha, o atual município de São Romão reitora uma das regiões mais bonitas de Minas. Ali perto, travou-se uma das batalhas mais marcantes do deslocamento da Coluna Prestes, nos anos 20 do século passado.