Vendaval em Brasília: Ministro Teori retira mandato de Eduardo Cunha e o afasta da Presidência da Câmara; em seu lugar, assume Maranhão. (Decisão unânime do STF saiu à tardinha, e foi saudada por foguetório em Brasília)
Quinta 05/05/16 - 8h10 O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, determinou o afastamento imediato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do mandato de deputado e, por extensão, da presidência da Câmara Federal. A decisão de Teori é liminar, isto é, provisória.
CAUTELAR
O ministro concedeu medida cautelar pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que argumentou que Cunha estava atrapalhando as investigações da Lava Jato, na qual é réu em ação e investigado em vários procedimentos. De acordo com o ministro, a medida visa neutralizar os riscos apontados por Janot no pedido de afastamento de Cunha.
MARANHÃO
No lugar de Cunha, assume a presidência da Câmara Federal o vice, deputado Waldir Maranhão (foto abaixo), seu aliado e também citado na Operação Lava Jato. Contudo, o deputado Maranhão, antes a favor, votou contra o impeachment da presidente Dilma, por pressão do governador Dino, do seu estado, o Maranhão. O pedido para afastar Cunha foi feito peloprocurador geral, Janot, em dezembro último.
INTERFERÊNCIA
Eduardo Cunha declarou, por sua assessoria, que recebeu e assinou a decisão do ministro Teori Zavascki. Cunha permanece na residência oficial da Câmara, no Lago Sul, em Brasília, onde chegam aliados que se declaram "perplexos" com o afastamento tomado por medida monocrática, isto é, de um só ministro.
- "Ele [Zavascki] criou um fato, porque o julgamento de hoje era outro. Não sei se o Supremo mantém isso, é uma interferência na Câmara, uma intervenção", disse o deputado Paulo Pereira da Silva, um dos mais próximos a Cunha.
CONVALIDOU
(À tarde, o plenário do STF convalidou, por unanimidade, o afastamento do mandato do presidente da Câmara, que antecipou que não renunciará ao cargo. Nova eleição para presidente da Câmara ocorrerá apenas se o mandato de Cunha - hoje suspenso - for cassado pela Câmara. Logo que a votação o STF atingiu a maioria de votos, por volta das 17h, houve foguetório na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ouvido por todos).