Alterado o edital para concessão de rodovias no Norte de Minas: BR-251 dobrou trecho duplicado, de 24 para 42 quilômetros, mas necessidade vai a 150 quilômetros
Sexta 13/06/25 - 19h45ANTT muda edital, retira trecho de duplicação da BR-116 e amplia da BR-251
Segundo a agência, trecho a ser duplicado da BR-251 vai passar de 24 quilômetros para 42 quilômetros.
Luiz Ribeiro
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aumentou de 24 quilômetros para 42 quilômetros a extensão dos trechos a serem duplicados na BR-251, dentro do projeto de concessão da rodovia e da BR-116 em Minas Gerais. Segundo o órgão, o aumento dos trechos duplicados na BR-251 vão reduzir a duplicação na BR-116.
A mudança foi divulgada inicialmente pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), que informou que a ampliação do trecho a ser duplicado foi uma medida adotada pela ANTT em atendimento a um pedido da entidade durante audiências públicas promovidas pela agência.
Na semana passada, a ANTT anunciou a aprovação do relatório final das audiências públicas relacionadas à concessão de um total de 734,9 quilômetros duas rodovias no território mineiro, pelo período de 30 anos. A agência prevê investimentos de R$ 12,4 bilhões nas duas rodovias pela iniciativa privada, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Desde que o processo de concessão das duas rodovias para a iniciativa privada foi iniciado, em fevereiro deste ano, lideranças políticas do Norte de Minas começaram um movimento contra o projeto, por considerarem muito pequeno o trecho a ser duplicado na BR-251, de apenas 24 quilômetros. Entre Montes Claros e a divisa com a Bahia, a rodovia tem 325 quilômetros. As lideranças começaram a cobrar a duplicação, pelo menos, dos trechos mais perigosos da "Rodovia do Medo".
Segundo a Amams, a “principal novidade” no projeto de concessão da BR-251 foi a inclusão do percurso perigoso ‘Serra de Francisco Sá` (de 14,6 quilômetros) entre os trechos que serão duplicados. A associação revelou que também foi comunicada pela ANTT que serão duplicados outros dois trechos da rodovia, entre os postos Jenipapo e Tamboril (8,4 quilômetros), perto de Salinas; e entre Montes Claros e o entroncamento com a MCG 122/Estrada de Janaúba (19 quilômetros).
A associação lembrou que durante as audências públicas da ANTT, havia solicitado a duplicação da pista em quatro trechos de serra da BR-251, reconhecidos como “pontos mais críticos da estrada”. Destacou também que a BR-251 é uma das principais rotas de transporte de cargas do Brasil, com média de 20 mil veículos por dia.
Por meio de nota, a ANTT informou que “o projeto de concessão das rodovias BR-116/251/MG passou por ajustes recentes, que incluem a ampliação da duplicação prevista para a BR-251, passando de 24 km para 42 km.”
Na nota divulgada, a agência informou que “entre os trechos contemplados está a duplicação de cerca de 19 km entre Montes Claros e o trevo de Francisco Sá”. O órgão não respondeu se o perigoso trecho da Serra de Francisco Sá será realmente duplicado, como divulgou a AMAMS. O órgão federal justificou ainda que “as mudanças atendem a demandas locais apresentadas durante as audiências públicas”.
Redução de duplicação na BR-116
No projeto inicial de concessão, abrangendo o total de 734,9 quilômetros das duas rodovias, apresentado pela ANTT, foi prevista a duplicação de 24,2 quilômetros na BR-251 enquanto na BR-116 a previsão era duplicar 154,2 quilômetros do total (178,4 quilômetros de duplicação prevista na proposta de concessão das duas estradas.
Agora, a ANTT informou que para ampliar o trecho a ser duplicado na BR-251 diminuiu a extensão a ser duplicada na BR-116 em 27 quilômetros. “A revisão do projeto também incluiu a exclusão de 27 km de duplicação na BR-116, no trecho entre Governador Valadares e Teófilo Otoni, substituída pela implantação de 15 km de faixas adicionais, mantendo o nível de serviço exigido nos contratos”, informou a agência governamental.
A agência divulgou que “as alterações refletem o compromisso da ANTT com o aprimoramento técnico dos projetos e o equilíbrio entre segurança viária, viabilidade econômica e modicidade tarifária. O secretário-executivo da AMAMS, José Nilson Bispo de Sá, o Nilsinho, destacou que “a ampliação da duplicação (da BR-251) representa um avanço importante e abre espaço para novas articulações”.
Porém, o deputado estadual Arlen Santiago (Avante), uma das lideranças que encabeçam o movimento deflagrado no Norte de Minas para a ampliação o trecho a ser duplicado na BR-251, disse que as mudanças no projeto de concessão para iniciativa privada ainda vai resolver o problema dos acidentes fatais no trecho rodoviário. O parlamentar defende que para interromper a rotina de desastres na BR-251 será preciso duplicar pelo menos 150 quilômetros da estrada, com intervenções em todos os seus pontos críticos.